20/11/2017 às 10h46min - Atualizada em 20/11/2017 às 10h46min

Machu Picchu, Galápagos: paraísos que podem sumir com mudanças climáticas

noticias.uol.com.br
A mudança climática duplicou o número de sítios naturais patrimônio da Humanidade considerados sob ameaça de extinção, alerta a UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
 
Machu Picchu, as Ilhas Galápagos, o lago Baikal e a Grande Barreira de Coral australiana fazem parte de uma lista com 70 lugares cujo futuro "preocupa seriamente".
 
A situação piorou de 2014 para cá. Dos 241 sítios naturais classificados no Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), 62 estão agora "ameaçados pela mudança climática" em comparação aos 35 registrados em 2014.
 
Entre eles, estão o Machu Picchu peruano e a Reserva da Biosfera da Borboleta-Monarca, no México. Em ambos os casos, além da mudança climática, há outros fatores em jogo, como turismo e poluição.
 
"Este informe envia uma mensagem clara: a mudança climática atua rapidamente e afeta os tesouros mais apreciados do nosso planeta", comentou o diretor-geral da UICN, Inger Andersen, em um comunicado.
 
"A amplitude e o ritmo, com os quais se degrada nosso patrimônio natural, acentuam a necessidade de ações e de compromissos nacionais urgentes e ambiciosos para aplicar os Acordos de Paris", acrescentou.
 
Recifes de corais em grande perigo
Da Grande Barreira da Austrália à costa de Belize, passando pelas Seychelles, ou pelo atol de Aldabra, todos os arrecifes de coral catalogados pela Unesco se veem afetados pelo aumento da temperatura do mar, que provoca seu branqueamento.
 
As geleiras do parque nacional de Kilimanjaro, na Tanzânia, ou a região de Jungfrau-Aletsch, nos Alpes suíços, também estão na lista.
 
A mudança climática afeta ainda as zonas úmidas, os deltas e os ecossistemas vulneráveis a incêndios, acrescenta o informe, considerando que esse aquecimento do planeta supõe um "risco potencial" para pelo menos 55 sítios nessas categorias.
 
Esses locais têm um papel "crucial para as economias e os meios de subsistência locais" e "sua destruição pode ter consequências devastadoras que vão além de sua beleza excepcional e de seu valor natural", advertiu o diretor do programa "Patrimônio Mundial" do UICN, Tim Badman.
 
“No parque nacional Huascarán do Peru, por exemplo, o degelo das geleiras afetou o abastecimento de água e contamina a água e o solo com os metais pesados que antes estavam presos no gelo”
 
A UICN classifica 17 sítios (7%) em situação "crítica", como a Reserva da Biosfera da Borboleta-Monarca, no México, ou o Parque Natural dos Everglades, nos Estados Unidos. Doze estão na África, como o lago Turkana, no Quênia, ou o parque Virunga, na República Democrática do Congo.
 
O Machu Picchu peruano, as Ilhas Galápagos, o lago Baikal russo, a Grande Barreira de coral australiana fazem parte desses 70 sítios (29%) que "preocupam seriamente".
 
Em 12 deles, a situação se degradou, como no bosque polonês de Bialowieza. Em outros 14, o quadro melhorou, como no parque Comoé, da Costa do Marfim, onde foi possível restabelecer as populações de elefantes e de chimpanzés.
(Com AFP)









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